A arara-azul-de-lear é uma espécie pertencente a família Psittacidae. Seu nome científico é Anodorhynchus leari e em inglês ela é chamada de Indigo Macaw, sendo conhecida também como arara e arara-azul-menor.
Ela ganhou seu nome em homenagem ao artista, escritor e explorador inglês, Edward Lear (1812-1888).
Ele pintou um exemplar em seu livro “Ilustrações da família Psittacidae, ou dos papagaios” em 1828.
Vale lembrar que na época ele especificou a ave como sendo uma Macrocercus Hyacinthinus, e não como uma espécie nova de arara.
Distribuição da arara-azul-de-lear
A arara-de-lear é uma ave endêmica do Brasil. É encontrada no norte da Bahia e ao sul do Raso da Catarina, que fica na Bahia.
Sua distribuição geográfica abrange os municípios de Jeremoabo, Canudos, Paulo Afonso, Santa Brígida, Euclides da Cunha, Monte Santo, Sento Sé e Campo Formoso.
Seu habitat é na região da caatinga, utilizando áreas de paredões e cânions de rochas sedimentares.
Características físicas da arara-azul-de-lear
Ela é considerada uma ave de porte médio, que chega até 75 centímetros de comprimento e pesar 940 gramas.
Suas características físicas principais são a cabeça e o pescoço possuem um tom azul-esverdeado, a barriga é azul desbotado, com asas e caudas num tom de azul-cobalto.
Possuem o anel em volta do olho de cor amarelo-claro, com as pálpebras brancas ou levemente azuladas. A pele em torno da mandíbula tem a forma de gota.
O macho e a fêmea de arara-azul-de-lear são semelhantes, ou seja, não possuem diferenças visuais entre ambos.
Esta espécie é considerada “em perigo” de acordo com os critérios do CITES.
O principal motivo para o declínio da espécie foi o tráfico ilegal dessas aves para criadouros particulares no Brasil e exterior.
A destruição do seu habitat, afetando principalmente as áreas de alimentação, também é um fator importante. Atualmente existe pouco mais de 1000 indivíduos na natureza.
Como em muitas espécies de psitacídeos, a arara-azul-de-lear é gregária, tendo o comportamento de pernoitar em grupos.
Dois sítios de dormitório e nidificação são conhecidos, ambos na ecorregião do Raso da Catarina, constituídos de cavidades naturais em paredões de arenito.
Alimentação da arara-azul-de-lear
O principal alimento da arara-azul-de-lear é o fruto da palmeira Licuri. Um indivíduo pode consumir, em média, 120 cocos de Licuri por período de alimentação.
Isso representa, em média, o consumo de 250 frutos de Licuri por dia.
A atividade de procura de alimentos ocorre principalmente entre as 6 horas e 9 horas e de 14 horas as 16 horas.
Também consomem a baraúna, o fruto de cactos como o mandacaru e o facheiro, milho verde, flores de sisal, pinhão, umbu e mucunã.
Em criações o mais comum é fornecer uma boa ração para araras.
Reprodução da arara-azul-de-lear
Essa arara se torna sexualmente reprodutiva aos 3 anos de idade.
Ela inicia a atividade reprodutiva em setembro ou outubro, com a exploração das cavidades nos paredões, finalizando em abril, quando os últimos filhotes de arara-azul-de-lear saem dos ninhos.
Ela nidifica em cavidades preexistentes em paredões rochosos formados por arenito. Um mesmo paredão que contenha diversas cavidades pode abrigar vários casais em atividade reprodutiva.
Normalmente nascem 2 filhotes por vez e a incubação dura em torno de 30 dias.
Depois do nascimento, os filhotes ficam cerca de 3 meses no ninho, sob cuidado dos pais, até se aventurarem no primeiro voo.
O município de Jeremoabo, na Bahia, é um dos principais sítios reprodutivos da espécie. Aproveite para ver mais informações sobre o coleiro-baiano.
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Como baixar ou ouvir cantos da arara-azul-de-lear
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Para isso basta clicar diretamente no botão “Baixar”. Outra opção é escutar, sem precisar fazer o download, bastando clicar no botão play.